quarta-feira, 12 de março de 2008

O amor


Dizer para si mesmo que não se quer mais amar é o mesmo que negar a própria essência. Sentir amor não é escolha do consciente humano. Você não aponta para uma pessoa qualquer ou para um amigo querido de caráter incrível e diz que vai amá-lo. Se apaixonar é buscar o mistério da vida. É saber que a partir daquele momento o seu coração vai ser explorado da mesma forma como Ainstein uma vez declarou que o ser humano usa somente 10% do seu cérebro. É explorar o coração em sua totalidade. É provar não só de um pedaço de uma maçã, mas saboreá-la por inteiro. E a armadilha em que se pode cair é a de que esta fruta está ou não envenenada.
Amar é isso. É comer o fruto da perdição sem nem ao menos se questionar do seu caráter nocivo. Mas o que vale é o gosto, o prazer que o momento lhe proporciona. É matar a fome que se tem. E dormir com o estômago cheio querendo provar da mesma fruta no dia seguinte. É empanturrar-se por inteiro e sem medo de engordar.
Negar-se a amar é o mesmo que se privar dos prazeres da vida. Amar é se colocar vulnerável diante o erro e se despir de todo o orgulho para fazer o amor valer a pena. É olhar pro próximo e ver a luz dos olhos dele somente como uma porta para a eternidade. Não é questionar a grossura dos braços de um homem, nem o desenho do corpo de uma mulher. É amar aquilo que se sente. Trazer pra si toda a beleza da voz, todos os traços do olhar, o contorno das mãos diante do corpo tocado. É não ter vergonha de dizer eu amo, mesmo que por mais piegas que se possa interpretar tal expressão nada contemporânea. É achar em si o sentimento mais antigo, porém mais bonito que o homem pôde sentir em toda a sua existência: o amor.

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