
Sejamos eternos garotos em suas bicicletas
de meias cobrindo as canelas
com pipas ao vento como pássaros
meninos onde tudo é passado
brigam ontem, hoje são amigos
repartem brinquedos
não olham pros próprios umbigos
fingem que dormem cedo
para subir o telhado à noite
e pegar as estrelas com o dedo
riem como bobos da corte
não se envergonham como nós
se vestem de heróis ao sonho de algo mudar
salvar a mocinha ou apenas voar
são pobres matutos sem maldade nem raiva
que pulam os muros roubando goiabas
sejamos como eles
não como os homens
humanos em seus seres
sem realidades disformes.